terça-feira, 19 de janeiro de 2010

domingo, 29 de novembro de 2009

Um assunto chama o outro

Estava certo de que hoje iria contar uma história assim: a localização de containers de lixo é motivo de discórdia entre moradores. Diria ao mundo que, em Brasília, ouvi muita gente boa passando um bom tempo discutindo se os containers de lixo de seus prédios deveriam ficar mais pra lá ou mais pra cá. Uns não querem os tais depósitos muito perto de suas entradas, por achar que atraem insetos ou mal cheiro. Então, melhor que fiquem perto da entrada do vizinho. Já os vizinhos não acham a menor graça, e está feita a confusão. Sem contar aqueles que não estão nem aí pro assunto, e ficam mesmo revoltados é com o barulhão que os caminhões de lixo fazem ao chegar pra recolher o lixo.

Ainda tentando elaborar uma pauta para esse que seria o terceiro exercício da terceira semana (quem disse que ia ser moleza?), estava pesquisando dados, levantando fatos, conversando com porteiro, e ... tirando algumas fotos. Aí me deparei com essa aí: um container de entulho bem ao lado de uma vaga para pessoas com deficiência. Lembrei que ao fazer as fotos do exercício anterior, de edição de imagens, registrei uma moto sobre a “área zebrada” ao lado de uma vaga, o que também diminuiria a área para embarque e desembarque de um cadeirante, se precisasse estacionar o carro ali.
E depois, ainda em busca de uma pauta, passei a dar uma olhada de forma aleatória nos blogs dos colegas, e o que encontro? O post da Andréia Nobre sobre a dificuldade que um cadeirante poderia ter para se locomover em Portugal, onde ela está.

Então, resolvi mudar de assunto. E tirar proveito de uma das características que só o texto na web nos permite: a informalidade, como quem resolve mudar de assunto no meio da conversa.
Vou falar, então, de vagas de estacionamento para pessoa com deficiência, para dizer que não, não é um problema só do meu bairro, embora seja, nem só do Brasil, como dá pra imaginar ao ler o texto da Andréia.

E, como é pra ser mais que um relato, um texto com conteúdo jornalístico, vamos à informação: a resolução 304/08, do Conselho Nacional de Trânsito, bota ainda mais lenha nessa fogueira. Sabe aqueles adesivos que a gente vê nos carros parados nas vagas para pessoa com deficiência (ou veria, se a lei fosse respeitada)? Pois é, eles saem de cena. Agora, vão ser usados cartões de identificação, com validade em todo o País. Além disso, o governo local tem até o dia 18 de dezembro desse ano para fazer um estudo sobre onde deveriam estar realmente as vagas, e identificá-las com novas placas, que deverão seguir um padrão.
E sabe o que vai acontecer se as novas placas não estiverem lá? O agente de trânsito fica impedido de multar. Então, é assim: até hoje, as multas eram raras, mas existia uma legislação que amedrontava um ou outro, e as vagas de vez em quando eram respeitadas. Agora, a legislação ficou bem mais bonita. No papel. Porque eu gostaria mesmo de saber em que cidades já está sendo preparado o cumprimento da Resolução do Contran. E se o Governo não fizer a parte dele, e se as vagas não forem demarcadas devidamente, e se os novos cartões não forem distribuídos criteriosamente, e se a população não for informada, a confusão promete ficar ainda pior. Até porque o nosso problema não é de legislação, mas de respeito. Quer um exemplo ( ou melhor, um anti-exemplo)? Veja o vídeo abaixo. É algo como se o Al Capone se desse ao trabalho de filmar as próprias contravenções e se orgulhasse disso a ponto de publicar no You Tube.




Fatos e Fotos

Se entendi bem a proposta, a ideia agora é fazer umas brincadeiras com fotos. Brasília, cidade fotogênica com seus monumentos, suas retas e formas geométricas, também tem verde.

No Parque da Cidade, tirei fotos ao acaso, buscando a interação entre o brasiliense e seu parque mais conhecido.

A orientação era selecionar duas fotos, e alterá-las usando o Irfanview.

No começo, achei o programa meio sem graça. Uma tela escura, com botões básicos. Nem achei muito intuitivo, mal acostumado com as facilidades do Google e seu Picasa (basta clicar em "estou com sorte" que a foto já ganha um bom upgrade).

De início, também não vi vantagens em usar um programa que requer instalação quando tantos sites da Web 2.0 já oferecem ferramentas semelhantes.

Mas aí fui brincando, brincando, e sabe que até achei interessante? Primeiro, esqueça os botões. Pra usar devidamente o Irfanview, sem ter que ler vários tutoriais, é preciso ir direto ao ponto, clicar nas opções da barra de menu e ir experimentando.

Na primeira foto, a orientação era de cortar. Achei que ficou melhor, tirei um pouco do céu, marca registrada de Brasília, mas excessivo na imagem em avaliação.

Tirei também o meio-fio que aparecia na parte de baixo da foto, e também ficou melhor.

Mas senti a maior falta do botãozinho de "estou com sorte" do Picasa, que melhora automaticamente o contraste, e certamente teria deixado a imagem mais nítida. Tentei fazer isso com o Irfanview, mas não vi muita opção. Ou melhor, não soube fazer de forma automática, os comandos exigiriam um certo conhecimento técnico. Deixei como estava.

Na segunda foto, a ordem era redimensionar. Já usei sites como o Resizr, que faz isso fácil, fácil, sem ter que instalar nada no computador. Mas devo confessar que o Irfanview oferece muitas opções, inclusive simplesmente dobrar o tamanho, ou reduzir à metade. Fiquei com essa última opção, e o resultado está ao lado.

Pra terminar, uma última impressão sobre o Irfanview: ele parece mesmo carro da Volkswagen (alguém do curso chamou de "fusquinha" dos editores de imagem). É que o programa básico, aquele que é instalado, tem os recursos básicos (cortar, redimensionar, acrescentar alguns efeitos, por exemplo). Mas pra qualquer outra coisa que se queira, é preciso instalar algum plugin. Ou seja: o carro vem com pneus, volante, motor. Mas se quiser vidro elétrico, ar condicionado, ou até retrovisor do lado direito, aí é preciso solicitar como opcional (instalar plugins).

sábado, 28 de novembro de 2009

Produção de matéria em áudio

O exercício seguinte do curso envolvia a produção de uma notícia em áudio. Para isso, foram sugeridos alguns softwares de gravação de áudio, como o Audacity, que usei para a maior parte do trabalho, por achar mais intuitivo.

Em seguida, deveríamos fazer o upload para um serviço de podcast. O primeiro sugerido foi o PodCast One, brasileiro. Não gostei muito, e achei pior ainda quando vi que, para fazer o registro, era obrigatório informar até o CPF. Descartei.

O MP3Tube era outra opção, mas curiosamente no endereço informado abre uma página de jogos. E o endereço deve ser esse mesmo, é o que o Google fornece também. Deve ter algo errado.

Sobrou o MyPodcast. Fiz o upload do arquivo, mas nada de opção para o "embed code", ou seja, o código para disponibilizar o arquivo aqui.

Restou a opção de deixar o link, mesmo, já que também no Blogger não vi opção de inserir áudio, só foto e vídeo.

Então, aí está: o meu primeiro PodCast.

A propósito: é sobre um assunto que teve pouca repercussão na semana, mas julgo como da maior importância - a diminuição do número de fumantes no Brasil.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Exercício de Busca

(Aguardando atualização e edição das tabelas; aguardando ajuda e resposta para dúvidas postadas no fórum do curso)

Foi proposta uma análise comparativa entre vários buscadores. Como exercício, o tema proposto para pesquisa foi "crise na imprensa".


Curiosamente, a mesma pesquisa feita em dias e horários diferentes apresentou resultados distintos.


A análise a seguir resume as impressões gerais, mas tem foco nos resultados das últimas consultas.


Foram avaliados os cinco primeiros resultados, e listado o primeiro deles como exemplo. Também foram analisadas o número geral de respostas, a forma de apresentação, o idioma e a precisão.





sábado, 21 de novembro de 2009

Afinal, a guerra é de quem contra quem, mesmo?


No princípio, eram os leitores de RSS.

E essas iniciais viraram uma palavra com sentido próprio, ainda que sem vogais, ainda que representassem originalmente uma expressão em inglês.

Era preciso ser algo mais que um leigo, digamos um leigo-avançado, para entender que aquele simbolozinho de cor alaranjada representava um recurso poderoso: permitia receber automaticamente atualizações sobre assuntos diversos.

Então o leigo-avançado aprendeu que era preciso ter um software próprio que viabilizaria o recebimento das informações. E achou que isso era bom.

Mas, depois veio o rolo-compressor do mundo moderno, o Google, e mostrou que não era preciso instalar nada, bastava ter uma conta pessoal que seria possível ter acesso aos mesmos serviços e com muito mais praticidade. Criou o Google Reader, e o popularizou.


Então, hoje, talvez seja uma competição meio desleal. O FeedDemon, que testei, exigiu primeiro que eu o instalasse no computador. O espaço ocupado não é grande, mas em tempos de “cloud computing”, ou navegação nas nuvens, me senti comprando uma passagem para uma volta de charrete.


SIM, ELE LÊ OS FEEDS. E DAÍ?

Não vi muita vantagem em relação ao Reader. Tags? Tem lá. Organização em pastas? Presente. Itens estrelados? Também. Enviar por e-mail, marcar como lido ou não-lido, busca de feeds? Sim. Então, me digam, porque eu deveria usar o tal “old-fashioned” leitor de feeds?

Ah, sim, no site do Feed Demon eles lembram que pode ser útil ter um “feed reader” assim para organizar RSS de intranets, ou salvos por senha. Mas, vamos combinar, não é a minha necessidade, nem da maioria.

Tudo bem, deixei a imparcialidade na gaveta, afinal uso o Google Reader há um tempão, e sou meio viciado. É lá que recebo especialmente as notícias de tecnologia da informação, mas tenho pastas que vão de temas ligados a saúde a assuntos como futebol. E quando quero dar uma descansada do trabalho, navegar à toa, descobrir coisas novas, é ao Google Reader que vou. Acesso de qualquer computador, não preciso baixar software nenhum, e sou eu que dou as cartas, não ele.

Porque o tal FeedDemon parece merecer o nome que tem. Está ali nos tentando o tempo todo, o coisa-ruim. Estou feliz da vida fazendo qualquer outra coisa no computador, e lá vem aquela mensagenzinha chata no canto inferior direito da tela anunciando que alguma página que assinei tem feed novo. Sai pra lá, não quero saber disso agora! Ou então, estou no meio de um texto importantíssimo e aparece na tela uma mensagem como a da figura abaixo.


Botão de pânico! Ele grita de lá que eu tenho muitas mensagens não-lidas, e tenho duas alternativas: desativar as mensagens mais antigas ou entrar em desespero. Entro em desespero. Mesmo que ele queira me oferecer benefícios como possibilidade de leitura off-line e funcionalidade de browser, a resposta é: no, thanks.

O próprio leitor de feeds parece ter sucumbido ante a superioridade do Google Reader, porque apresenta um recurso para sincronizar informações com o todo-poderoso. Ou seja, se não pode vencê-lo...


Sigo usando o Reader, e tenho tido a oportunidade de descobrir, por meio dele, pautas e informações que de outra maneira levaria muito tempo para receber. Mas, o que me preocupa, mesmo, neste momento, é a possibilidade de que o próprio RSS esteja ameaçado pelo Twitter.


Numa busca com os termos “RSS está morto” em inglês encontrei quase 150 milhões de resultados, quase todos acusando o mesmo culpado, o Twitter. Há quem chegue mesmo a relacionar vários motivos porque não usa mais o Google Reader.

Outro blog consultou seus leitores e relacionou os 10 melhores leitores de feed. O do Google ganhou disparado. O FeedDemon ficou em quarto. Mas o Twitter (na minha opinião erradamente, já que não é um leitor de RSS) já aparece em quinto lugar. Com armas diferentes e porte avantajado, já chega fazendo estrago...

domingo, 15 de novembro de 2009

O Ponto Zero do Usuário


Que a Web 2.0 não passa de um rótulo, isso se percebe de início. Tampouco se discute que não houve uma assim-nascida Web 1.0 que a precedeu, porque afinal as duas webs são uma só, e podem ser concomitantes. O que muda é o usuário.

Antes, surpreso e impactado com o milagre da multiplicação do conteúdo, ele vibrava com a possibilidade de acessar informações que nunca vira em seu computador, e agora estavam disponíveis a um clique de distância. Era como se a meia dúzia de arquivos que tinha salvo naquela máquina que enfeitava a escrivaninha do quarto agora se reproduzissem vertiginosamente, e ganhassem vida própria, com conteúdos que ele próprio não conhecia, nem nunca tinha visto.

Depois, veio a descoberta – ou a lembrança – de que por trás daqueles textos (e imagens, e sons) havia pessoas. E se eles – os textos – estavam ali, as pessoas deviam estar por perto. E o usuário quis mais: quis estar lá, ser ele próprio o agente, o portador da notícia, o comentarista do fato. Quis discordar, concordar, transgredir, produzir. Quis criar.

Se essa é uma história a se contar em dois atos, vamos chamá-los de Web 1.0 e Web 2.0. Tão imperfeita quanto a divisão clássica da História em eras, essa tentativa de segmentação confirma a tese do filósofo e historiador britânico R. G. Collingwood, para o qual “os compêndios de História começam e acabam, mas outro tanto não acontece com os fenômenos que nele são registrados”.

O importante a se considerar é que os tais fenômenos que justificaram a teorização acerca da evolução da Web envolvem aspectos comportamentais (como a postura do usuário diante do que é oferecido), mas também tecnológicos e até mercadológicos.

O comportamento passa pela mudança de passivo para ativo, de receptor para produtor ou co-autor, de indivíduo isolado para membro de comunidades, de atividade anônima para a disseminação de informações pessoais que às vezes beiram o exibicionismo. A busca não é mais como tentar achar uma agulha num palheiro: os mecanismos estão cada vez mais robustos, e são capazes de “aprender” com o comportamento do usuário. Além disso, sai a forma tradicional de classificação de conteúdos, e entra a livre rotulagem, a marcação sob critérios pessoais.

As transformações vieram a reboque da tecnologia (ou terá sido o contrário?), e novas possibilidades se abriram. Com o recurso do “mashup”, os dados também deixam de ser passivos, e podem ser misturados, combinados entre sites diferentes, mudando a própria forma de apresentação. As páginas exibem ferramentas de interatividade, desde a opção de incluir comentários e fazer avaliações, até a de selecionar conteúdo pelas recomendações de outros internautas. Ajax, XML, Flash... termos obscuros para os leigos passam a fazer parte do dia a dia de quem nem sabe o que significam. E as conexões ficam mais velozes, com a evolução dos computadores e das plataformas de acesso.

Mas na era em que o capitalismo se impôs, também o mercado dita os rumos. A possibilidade de fusões entre diversas empresas de internet criou um movimento em que os serviços de uma podem ser absorvidos e aprimorados por outra. Uma economia invisível passou a existir por trás dos cliques recomendados, que curiosamente oferecem exatamente aquilo que se deseja. O próprio modelo de negócios passou a se basear na oferta de serviços gratuitos, com o intuito de atrair o usuário, observar seus hábitos, conquistá-lo até tornar inevitável a demanda por serviços “premium”, mais sofisticados.

Onde tudo isso vai parar? Difícil idealizar. Já se fala em Web 3.0, em que os computadores seriam mais, digamos, inteligentes. Poderiam entender melhor a intenção dos usuários. Seria a chamada Web Semântica, em que o contexto passaria a ser elemento de valor. No campo tecnológico, surgem equipamentos com foco na portabilidade e na convergência, e as conexões ficam mais fáceis. A Finlândia acaba de estabelecer o acesso à banda larga como direito fundamental de seus cidadãos. Mesmo no Brasil, o governo já anuncia um plano nacional de banda larga.

Mas toda essa revolução pode ser invisível aos olhos de quem não está atento. Desconsidere-se o enorme contingente de pessoas ainda sem acesso ao computador, porque esses ainda vivem a fase da Web 0.0. O que preocupa, e surpreende, é o comportamento daqueles que têm acesso a equipamentos modernos e conexões velozes, e continuam a usar o computador como uma máquina de escrever. Não são “analfabetos digitais”, apenas não sabem como tirar melhor proveito do que têm em mãos. Não conseguem derrubar o muro entre a Web 1.0 e a Web 2.0. Repetem a postura do consumidor contemporâneo, que compra o melhor aparelho de microondas, mas se limita a aquecer o prato na hora do almoço. Para estes, ganha ainda maior relevância a reflexão do professor mineiro Daniel Monteiro: “antes de criarmos os metadados da Web 3.0, dos sistemas, das inteligências artificiais, vamos nos preocupar com os nossos “metadados”, com a semântica disso tudo para nós mesmos”.