sábado, 21 de novembro de 2009

Afinal, a guerra é de quem contra quem, mesmo?


No princípio, eram os leitores de RSS.

E essas iniciais viraram uma palavra com sentido próprio, ainda que sem vogais, ainda que representassem originalmente uma expressão em inglês.

Era preciso ser algo mais que um leigo, digamos um leigo-avançado, para entender que aquele simbolozinho de cor alaranjada representava um recurso poderoso: permitia receber automaticamente atualizações sobre assuntos diversos.

Então o leigo-avançado aprendeu que era preciso ter um software próprio que viabilizaria o recebimento das informações. E achou que isso era bom.

Mas, depois veio o rolo-compressor do mundo moderno, o Google, e mostrou que não era preciso instalar nada, bastava ter uma conta pessoal que seria possível ter acesso aos mesmos serviços e com muito mais praticidade. Criou o Google Reader, e o popularizou.


Então, hoje, talvez seja uma competição meio desleal. O FeedDemon, que testei, exigiu primeiro que eu o instalasse no computador. O espaço ocupado não é grande, mas em tempos de “cloud computing”, ou navegação nas nuvens, me senti comprando uma passagem para uma volta de charrete.


SIM, ELE LÊ OS FEEDS. E DAÍ?

Não vi muita vantagem em relação ao Reader. Tags? Tem lá. Organização em pastas? Presente. Itens estrelados? Também. Enviar por e-mail, marcar como lido ou não-lido, busca de feeds? Sim. Então, me digam, porque eu deveria usar o tal “old-fashioned” leitor de feeds?

Ah, sim, no site do Feed Demon eles lembram que pode ser útil ter um “feed reader” assim para organizar RSS de intranets, ou salvos por senha. Mas, vamos combinar, não é a minha necessidade, nem da maioria.

Tudo bem, deixei a imparcialidade na gaveta, afinal uso o Google Reader há um tempão, e sou meio viciado. É lá que recebo especialmente as notícias de tecnologia da informação, mas tenho pastas que vão de temas ligados a saúde a assuntos como futebol. E quando quero dar uma descansada do trabalho, navegar à toa, descobrir coisas novas, é ao Google Reader que vou. Acesso de qualquer computador, não preciso baixar software nenhum, e sou eu que dou as cartas, não ele.

Porque o tal FeedDemon parece merecer o nome que tem. Está ali nos tentando o tempo todo, o coisa-ruim. Estou feliz da vida fazendo qualquer outra coisa no computador, e lá vem aquela mensagenzinha chata no canto inferior direito da tela anunciando que alguma página que assinei tem feed novo. Sai pra lá, não quero saber disso agora! Ou então, estou no meio de um texto importantíssimo e aparece na tela uma mensagem como a da figura abaixo.


Botão de pânico! Ele grita de lá que eu tenho muitas mensagens não-lidas, e tenho duas alternativas: desativar as mensagens mais antigas ou entrar em desespero. Entro em desespero. Mesmo que ele queira me oferecer benefícios como possibilidade de leitura off-line e funcionalidade de browser, a resposta é: no, thanks.

O próprio leitor de feeds parece ter sucumbido ante a superioridade do Google Reader, porque apresenta um recurso para sincronizar informações com o todo-poderoso. Ou seja, se não pode vencê-lo...


Sigo usando o Reader, e tenho tido a oportunidade de descobrir, por meio dele, pautas e informações que de outra maneira levaria muito tempo para receber. Mas, o que me preocupa, mesmo, neste momento, é a possibilidade de que o próprio RSS esteja ameaçado pelo Twitter.


Numa busca com os termos “RSS está morto” em inglês encontrei quase 150 milhões de resultados, quase todos acusando o mesmo culpado, o Twitter. Há quem chegue mesmo a relacionar vários motivos porque não usa mais o Google Reader.

Outro blog consultou seus leitores e relacionou os 10 melhores leitores de feed. O do Google ganhou disparado. O FeedDemon ficou em quarto. Mas o Twitter (na minha opinião erradamente, já que não é um leitor de RSS) já aparece em quinto lugar. Com armas diferentes e porte avantajado, já chega fazendo estrago...

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