domingo, 29 de novembro de 2009

Um assunto chama o outro

Estava certo de que hoje iria contar uma história assim: a localização de containers de lixo é motivo de discórdia entre moradores. Diria ao mundo que, em Brasília, ouvi muita gente boa passando um bom tempo discutindo se os containers de lixo de seus prédios deveriam ficar mais pra lá ou mais pra cá. Uns não querem os tais depósitos muito perto de suas entradas, por achar que atraem insetos ou mal cheiro. Então, melhor que fiquem perto da entrada do vizinho. Já os vizinhos não acham a menor graça, e está feita a confusão. Sem contar aqueles que não estão nem aí pro assunto, e ficam mesmo revoltados é com o barulhão que os caminhões de lixo fazem ao chegar pra recolher o lixo.

Ainda tentando elaborar uma pauta para esse que seria o terceiro exercício da terceira semana (quem disse que ia ser moleza?), estava pesquisando dados, levantando fatos, conversando com porteiro, e ... tirando algumas fotos. Aí me deparei com essa aí: um container de entulho bem ao lado de uma vaga para pessoas com deficiência. Lembrei que ao fazer as fotos do exercício anterior, de edição de imagens, registrei uma moto sobre a “área zebrada” ao lado de uma vaga, o que também diminuiria a área para embarque e desembarque de um cadeirante, se precisasse estacionar o carro ali.
E depois, ainda em busca de uma pauta, passei a dar uma olhada de forma aleatória nos blogs dos colegas, e o que encontro? O post da Andréia Nobre sobre a dificuldade que um cadeirante poderia ter para se locomover em Portugal, onde ela está.

Então, resolvi mudar de assunto. E tirar proveito de uma das características que só o texto na web nos permite: a informalidade, como quem resolve mudar de assunto no meio da conversa.
Vou falar, então, de vagas de estacionamento para pessoa com deficiência, para dizer que não, não é um problema só do meu bairro, embora seja, nem só do Brasil, como dá pra imaginar ao ler o texto da Andréia.

E, como é pra ser mais que um relato, um texto com conteúdo jornalístico, vamos à informação: a resolução 304/08, do Conselho Nacional de Trânsito, bota ainda mais lenha nessa fogueira. Sabe aqueles adesivos que a gente vê nos carros parados nas vagas para pessoa com deficiência (ou veria, se a lei fosse respeitada)? Pois é, eles saem de cena. Agora, vão ser usados cartões de identificação, com validade em todo o País. Além disso, o governo local tem até o dia 18 de dezembro desse ano para fazer um estudo sobre onde deveriam estar realmente as vagas, e identificá-las com novas placas, que deverão seguir um padrão.
E sabe o que vai acontecer se as novas placas não estiverem lá? O agente de trânsito fica impedido de multar. Então, é assim: até hoje, as multas eram raras, mas existia uma legislação que amedrontava um ou outro, e as vagas de vez em quando eram respeitadas. Agora, a legislação ficou bem mais bonita. No papel. Porque eu gostaria mesmo de saber em que cidades já está sendo preparado o cumprimento da Resolução do Contran. E se o Governo não fizer a parte dele, e se as vagas não forem demarcadas devidamente, e se os novos cartões não forem distribuídos criteriosamente, e se a população não for informada, a confusão promete ficar ainda pior. Até porque o nosso problema não é de legislação, mas de respeito. Quer um exemplo ( ou melhor, um anti-exemplo)? Veja o vídeo abaixo. É algo como se o Al Capone se desse ao trabalho de filmar as próprias contravenções e se orgulhasse disso a ponto de publicar no You Tube.




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